Contraste térmico em inspeções de fachada com Termografia Infravermelha
Termograma sem contraste térmico adequado e a respectiva imagem RGB
Termografia: pré-requisitos e o clima na inspeção de fachadas

Inspeção termográfica com drone: alguns fatores podem comprometer o resultado
Mês de Julho. São 9h da manhã na Zona Norte de São Paulo. Temperatura ambiente em torno de 13°C e umidade relativa do ar em 50%. A previsão de temperatura baixa está Ok, mas o Sol já deveria estar presente.
Estávamos a postos para iniciar uma inspeção de fachada utilizando drones e termografia.
Enquanto o Sol não aparece, vamos aproveitar a ociosidade para testar a “teoria na prática”: por que o Sol é necessário nesta atividade?
Neste momento, 10h30, a temperatura do ambiente, do revestimento, do solo e vegetação é 15°C.

Termograma sem contraste térmico adequado
Termografia vs. Clima
A termografia infravermelha, basicamente, consiste na leitura da radiação infravermelha emitida pela superfície de objetos. A câmera termográfica, então, traduz aquele ‘quadro’ em uma imagem onde é possível ler todas as temperaturas ali presentes. Importante dizer que, a qualidade da informação obtida pela câmera, é proporcional à qualidade e resolução do equipamento, além de um operador bem treinado.
Então, com tudo ao redor na mesma temperatura, a câmera exibe uma imagem única e sem detalhes na tela? Não. Em equipamentos com alta resolução as pequenas variações de temperatura, entre os objetos presentes na imagem, permitem que alguns contornos sejam exibidos na tela, possibilitando a identificação.
Então a termografia pode oferecer resultados nesta condição climática? A ausência de contraste térmico impede a identificação confiável de patologias, pois não há variação suficiente de temperatura entre áreas saudáveis e áreas comprometidas.
As patologias encontradas em fachadas reagem ao aumento ou redução da temperatura incidente sobre aquela área, de maneira distinta do restante do material ali presente.
Como proceder para obter o contraste térmico?
Em ambientes controlados, menores, é possível aplicar uma fonte de calor sobre a área, obtendo um contraste térmico (diferença de temperatura) suficiente para observarmos as imperfeições ou as reações dos materiais à exposição da radiação infravermelha.
Mas estamos aqui para uma inspeção de fachada, o que pode ser feito?
- Aguardar o Sol.
- Pulverizar as paredes com água 5°C acima da temperatura ambiente.
- Reagendar a inspeção.
O cliente não pode esperar?
Então é fundamental revisar os pré-requisitos técnicos previamente acordados, garantindo que todas as partes compreendam as condições ideais para a execução da inspeção.
Não temos como controlar o clima, mas podemos (ou devemos) alinhar todas as expectativas; desde o que é esperado como resultado pelo cliente (os entregáveis), passando pelas questões a respeito de uma operação com drones, até as variáveis envolvidas na execução do trabalho (chuva, vento, clima, vizinhos).
Tudo para evitar visitas improdutivas. Mas, se ocorrer, que todos já estejam cientes desta possibilidade.

Contraste térmico: observar o clima pode ser a chave para o sucesso
Importância do clima e contraste térmico na inspeção de fachadas com termografia
A inspeção de fachadas com termografia infravermelha exige condições climáticas específicas para garantir a detecção eficaz de anomalias. Em especial, o clima frio e nublado pode limitar a qualidade dos resultados.
Clima e contraste térmico
- A eficácia da termografia, na inspeção de fachadas com drone, está diretamente ligada ao contraste térmico entre áreas saudáveis e áreas com patologias.
- Para obter esse contraste, é recomendável realizar inspeções em dias ensolarados e secos, preferencialmente no início da manhã ou final da tarde, quando há maior variação térmica na superfície da fachada.
- É possível organizar o registro de imagens com base na orientação do Sol, a partir da fachada mais direcionada ao Leste (nascer do Sol), seguindo pelo Norte e terminando pela fachada Oeste (pôr-do-Sol). A fachada Sul demanda atenção especial, pois nela naturalmente haverá a menor incidência de Sol durante o dia, portanto é necessário observar o momento onde o Sol a Leste e Oeste, aquecem parcialmente a face Sul para um registro termográfico.
Diferença mínima de temperatura
- Para que a termografia seja eficaz, é necessário um contraste térmico mínimo de 5 °C entre áreas saudáveis e áreas com possíveis patologias.
- Em dias nublados e frios, como os típicos do inverno em São Paulo (entre 13°C e 16°C), esse contraste pode ser difícil de alcançar, especialmente em fachadas revestidas com argamassa, que tendem a manter temperaturas próximas à do ambiente (entre 12 °C e 15 °C pela manhã).
Impacto do clima frio e nublado
- A ausência de radiação solar direta reduz a variação térmica na superfície da fachada, dificultando a identificação de falhas como infiltrações, descolamentos ou umidade.
- A hora da inspeção é crucial: mesmo em dias nublados, o início da manhã ou fim da tarde pode oferecer pequenas variações térmicas úteis, embora limitadas.
Aplicação prática com drones
- O uso de drones com câmeras térmicas facilita o acesso a áreas elevadas, mas a eficácia da imagem térmica continua dependente do contraste mínimo de temperatura.
- Em condições climáticas desfavoráveis, pode ser necessário adiar a inspeção ou complementar com outros métodos de análise.

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